O que é um médico Infectologista?
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, o Infectologista é o médico especialista com reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Esse profissional é capacitado para diagnosticar as doenças infecciosas que podem ser provocadas por vírus, bactérias, fungos, entre outros microrganismos.
A função do infectologista, seja num consultório, clínica ou hospital, é, resumidamente, fazer diagnóstico clínico, promover medidas preventivas, tratar pacientes com infecções causadas por microrganismos e muitos casos são, em geral, encaminhados por outros especialistas.
O objetivo do infectologista é investigar, propor uma terapia adequada e sobretudo prevenir processos infecciosos, além de analisar clinicamente o quadro em questão. Deve, ainda, acompanhar os pacientes para promover uma melhor qualidade para a saúde do mesmo.
Em síntese, a Infectologia está segmentada nas seguintes áreas:
- Imunizações;
- Infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais;
- Resistência antimicrobiana/infecção hospitalar;
- Zoonoses e arboviroses;
- Medicina tropical e do viajante;
O que é a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)?
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), foi fundada em 1980 e é uma entidade civil sem fins lucrativos e de caráter científico composta por médicos especialistas.
Com abrangência nacional, essa organização está presente em 24 Estados do país. Ela tem como objetivo promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia – que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e à cura das doenças infecciosas – bem como os intercâmbios científico, técnico, cultural e social entre seus associados e profissionais da área.
A SBI possui diretrizes específicas para promover o desenvolvimento da especialidade, assim como atualização e estudos referentes à mesma, sob diversas atividades para o aperfeiçoamento profissional dos infectologistas.
A entidade defende os interesses profissionais dos especialistas em Infectologia e colabora com autoridades governamentais e entidades congêneres, nacionais ou internacionais, em assuntos pertinentes à Infectologia.
Desde sua criação, a SBI tem atuado em conformidade com as demandas da sociedade brasileira, desempenhando papel fundamental na discussão dos principais problemas de saúde pública do país.
Para você qual a relevância da Infectologia em nosso meio?
Resposta:
A Infectologia se diferencia da maioria das demais especialidades médicas por não cuidar de um órgão/sistema específico do corpo humano.
Como qualquer região do corpo pode ser alvo de um processo infeccioso, um bom infectologista deve ser, antes de tudo, um médico completo - deve deter conhecimentos razoavelmente aprofundados de todas as áreas da medicina, incluindo especialidades clínicas e cirúrgicas, de maneira a melhor tratar seus pacientes.
Dr. Guilherme, como a Infectologia contribui com nossa saúde pública?
Resposta:
A especialidade tem 2 áreas de atuação de grande relevância para a saúde pública, a saber:
(I) As doenças transmissíveis;
(II) O uso racional dos antimicrobianos.
No primeiro caso, o infectologista é o responsável por diagnosticar e tratar as doenças transmissíveis (seja a transmissão ocorrendo pessoa-a-pessoa, como o HIV ou a tuberculose, sejam doenças de transmissão por vetores, como a dengue ou a leishmaniose, por exemplo). O planejamento das ações em saúde pública que visam o controle destas doenças também é alvo de estudo da Infectologia.
Do ponto de vista dos antibióticos, vivemos, atualmente, uma era de escalada alarmante da resistência dos microorganismos (especialmente bactérias e fungos) aos antimicrobianos, que é devido, em parte, ao mau uso destes medicamentos.
É papel do infectologista trabalhar, principalmente em ambiente hospitalar, para que os demais médicos utilizem os antibióticos que temos à disposição de maneira racional, para que não cheguemos a um ponto em que infecções facilmente tratáveis se tornem incuráveis pela ausência de opções terapêuticas.
Dr. Guilherme, como foi ser eleito Presidente da SCI?
Resposta:
A diretoria da Sociedade Cearense de Infectologia, federada da Sociedade Brasileira (SBI), é eleita a cada dois anos.
No início de 2018, eu, juntamente com mais cinco jovens colegas infectologistas de competência reconhecida no estado do Ceará, unimos forças para nos lançar em campanha, a fim de ocupar a nova diretoria, de maneira a renovar as atividades da SCI e injetar novo ânimo para o biênio que se inicia.
Neste processo, estamos contando com todo o apoio da atual diretoria, na pessoa do Dr. Érico Arruda, de maneira que esperamos manter o bom trabalho realizado até hoje conduzido pelas diretorias anteriores.
Como é fazer parte dessa Organização?
Resposta:
A SCI é uma das seis federadas da SBI que se destaca, em termos de atuação e organização, no cenário nacional. No Nordeste, é vista como a Sociedade de infectologia mais atuante.
Trabalhar como presidente da SCI é ao mesmo tempo um caminho repleto de desafios, mas bastante rico do ponto de vista da promoção da integração entre os infectologistas, da projeção do estado do Ceará em papel de protagonismo na infectologia nacional, e na parceria com as entidades governamentais responsáveis pelo controle das doenças infectocontagiosas de interesse da saúde pública.
Como o senhor espera contribuir para a especialidade presidindo a Sociedade Cearense de Infectologia?
Resposta:
Nossa gestão planeja se concentrar fortemente em dois pilares:
(I) Educação Médica, firmando parcerias com escolas médicas do estado e promovendo eventos científicos de interesse da especialidade junto aos estudantes de medicina;
(II) Uso Racional de Antimicrobianos, por meio de parcerias com sociedades médicas das demais especialidades em caráter local, a fim de capacitar os médicos quanto à correta utilização dos antimicrobianos.
Além disso, promoveremos o já tradicional Congresso Cearense de Infectologia, previsto para o final de 2018, no qual a comunidade médica local terá oportunidade de se atualizar nos assuntos concernentes à especialidade, e outras atividades em parceria com o Poder Público e outros setores da sociedade, no que diz respeito às doenças endêmicas.
Fontes:
- infectologia.org.br
- Guilherme Alves de Lima Henn – Première Medicina – Rua Tibúrcio Cavalcante, N° 1947 – Aldeota – Fortaleza/Ce